quarta-feira, 30 de março de 2011

Ministério Público requer à Justiça embargo da obra da usina de Jirau

O Ministério Público pediu à Justiça do Trabalho de Rondônia, nesta quarta-feira (30) que determine à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego o embargo das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Jirau.

De acordo com o Ministério Público, o pedido foi feito após a inspeção realizada no canteiro de obras da usina por uma equipe de fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, que concluiu pela inviabilidade temporária do prosseguimento dos trabalhos.

De acordo com o relatório da inspeção, a equipe constatou que grande parte dos alojamentos, a área de lazer, a lavanderia, a farmácia e a agência bancária da margem direita foram destruídos durante os atos de vandalismo em 15 de março.

Ainda conforme o texto produzido pela fiscalização, os auditores explicam que é necessário que a área de vivência seja restaurada conforme exigências da Norma Regulamentadora número 18 para que o trabalho possa continuar dentro dos padrões anteriores ao vandalismo.

De acordo com o Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho, a Norma Regulamentadora número 18 estabelece que, nos casos em que o empregador mantém trabalhadores alojados, há a necessidade de se manter patamares mínimos para a condução de uma obra.

Para o Ministério Público, com as áreas de convivência destruídas, o canteiro de obras da usina de Jirau não dispõe das condições necessárias para abrigar os trabalhadores.

Usina Hidrelétrica de Jirau
As obras na Usina Hidrelétrica de Jirau foram suspensas após atos de vandalismo que destruíram parte das instalações na semana passada. A confusão começou no dia 15 de março, quando ônibus foram incendiados por operários. Os alojamentos e a área de lazer foram depredados. O tumulto teria começado após uma briga entre dois operários.

A construtora Camargo Corrêa informou que as obras permanecem paradas até que a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia ofereça condições de segurança para que o trabalho possa ser reiniciado. Os operários que trabalhavam no local foram enviados para casa.

Via G1

Promoção do Dia para Porto Velho



Roberto Sobrinho é multado pelo TCE por tentar atrasar processo


Os conselheiros do Tribunal de contas de Rondônia rejeitaram um recurso interposto pelo prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), e ainda aplicaraM-lhe uma multa de R$ 15 mil por tentar protelar o processo, cuja cópia foi encaminhada ao Ministério Público para apuração de possível infração penal e por ato de improbidade administrativa do prefeito.

Roberto Sobrinho consentiu que os membros de uma comissão de fiscalização , da Prefeitura de Porto Velho, já afastados, continuassem praticando atos para os quais não possuíam mais legitimidade, inclusive pessoas já exoneradas do serviço público.

O Tribunal de Contas decidiu ainda alertar Roberto Sobrinho sobre a mora em que está incorrendo, quanto ao descumprimento da obrigação de fazer que lhe fora imposta por intermédio da medida cautelar, desde o término do prazo fixado para o seu cumprimento, ou seja, de 25.10.2010 a 17.03.2011 (140 dias), que já atinge o montante de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais). O TCE não informou se estes valores deverão ser recolhidos aos cofres públicos pelo prefeito ou pelo município de Porto Velho.

Via Tudo Rondônia

Chuvas constantes alagam residências da principal via de acesso ao bairro Socialista

A associação do bairro Socialista, zona Leste de Porto Velho (RO), foi informada pelos moradores que residem na avenida Princesa Isabel, próximo das ruas José Mendonça e Antônio Fraga, que chuvas e chuviscos estão trazendo constantes alagações há mais de nove anos.

No último dia 25 de Março a comunidade interditou a via pública Princesa Isabel com paus e pedras, seguidos de cartazes intitulados: “Queremos saneamento básico”.


Segundo o morador Francisco, que há mais de seis anos reside ao local, as freqüentes alagações estão trazendo perigo para sua família, pois ele e a mãe, que tem mais de 60 anos, tiveram que ficar em cima de mesas e armários por mais de três horas na noite do dia 24.

“Fomos surpreendidos por uma enxurrada em plena madrugada. O mais rápido possível peguei minha mãe e a coloquei no lugar mais alto da casa, pois ratos, baratas e cobras ficavam boiando por dentro e fora de casa”, disse Francisco emocionado.

Na manhã desta quarta-feira (30), a reportagem do Rondoniaovivo.com retornou ao bairro e flagrou uma equipe da SEMOB (Secretaria Municipal de Obras) no local realizando reparos, porém um morador discutia com um funcionário, chegando quase a agressão física. De acordo com o morador a equipe havia tampado a manilha principal onde a água escoa e que por causa disso ase alagações logo seriam constantes naquele setor.

Diante da situação o presidente da Associação do Bairro Socialista, Jorge Luiz, acompanhou de perto o trabalho dos homens da SEMOB, tanto é que até fotografou toda a ação e imundície que impera na comunidade. “Não devemos somente asfaltar, temos que fazer a manutenção de tudo que se refere a saneamento básico. O estatuto da cidade nos garante por lei o bem-estar, a saúde e o saneamento básico”, finalizou Jorge Luiz.


Via Rondoniaovivo

terça-feira, 29 de março de 2011

Promoção do Dia para Porto Velho

Saúde: Movimento pela Saúde Masculina chega a Porto Velho na próxima terça-feira

A campanha itinerante esclarece os homens sobre disfunção erétil, doenças relacionadas à próstata, DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino) e demais doenças masculinas

O objetivo desta campanha que acaba de passar por Rio Branco e seguirá por mais quatro cidades do Norte e Nordeste até o mês de maio, é conscientizar a população masculina sobre a importância da realização de exames preventivos para o combate e diagnóstico precoce de doenças relacionadas à próstata, disfunção erétil, DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino), câncer de pênis e outras queixas. A campanha teve início em 2010 e 10 mil homens de 22 cidades brasileiras participaram.

“O projeto segue os princípios da humanização no atendimento ao paciente e foi concebida para ajudar na quebra de paradigmas e preconceitos, sobretudo na formação de uma nova cultura masculina de prevenção.”, comenta Dr. Modesto Jacobino, Presidente da SBU Nacional. “A SBU está muito satisfeita pela expansão da ação em 2011, principalmente pela passagem da caravana na região Norte. Desejamos percorrer o maior número de cidades possível”, completa.

O Movimento pela Saúde Masculina consiste em uma ação que percorre cidades brasileiras com uma Unidade Móvel de Saúde (uma carreta adaptada em consultório) para oferecer orientação médica urológica gratuita a homens com faixa etária a partir dos 18 anos. A UMS tem 52m² de área de atendimento interno e infraestrutura externa para atividades educativas.

Ao chegar à carreta, os homens recebem uma senha de atendimento (distribuída por ordem de chegada sempre às 9 horas), passam por uma entrevista com enfermeiros para aferir peso, pressão arterial e traçar um perfil com queixas e doenças pré-existentes. Na seqüência o homem é direcionado à orientação urológica, momento em que o médico poderá realizar exames físicos se necessários. Como a campanha é principalmente educacional, não serão realizados exames laboratoriais.

Em 2010 o Movimento pela Saúde Masculina percorreu 22 cidades brasileiras do Nordeste, Sudeste, Centro Oeste e Sul, e recebeu mais de 10 mil homens na carreta. Estima-se que cerca de 17 milhões de pessoas foram impactadas com a mensagem sobre a importância da prevenção e adoção de hábitos mais saudáveis na vida.

Em 2011, o projeto começou na cidade Rio Branco, no Acre, passará por Porto Velho (RO) e percorrerá Manaus (AM), Belém (PA), São Luiz (MA) e Teresina (PI) até o dia 7 de maio. A proposta da SBU é continuar a campanha e percorrer o maior número de cidades possível. O atendimento acontecerá sempre das 9 às 17 horas, com distribuição de 120 senhas por ordem de chegada, às 9 horas. Não é necessário estar em jejum para a orientação médica.

No site www.movimentosaudemasculina.com.br são encontradas informações sobre as doenças masculinas, além de uma relação de médicos urologistas credenciados em cada cidade visitada, mais o cronograma da caravana. Dentro do site há o ‘Blog da Caravana’ que acompanha o dia a dia da campanha e está aberto a comentários e sugestões. A campanha também está no Twitter e pode ser encontrado pelo perfil @saude_masculina.

A Saúde do Homem no Brasil

Estudo realizado e divulgado em agosto de 2009 pelo Ministério da Saúde, no lançamento da PNAISH - Política Nacional de Atenção Integrada a Saúde do Homem, revela que os homens vivem em média, sete anos a menos que as mulheres por conta dos maus hábitos de vida, como tabagismo, alcoolismo e pela falta de acompanhamento médico.

A recomendação é que, desde criança, o homem consulte um urologista para exames preventivos e sempre que necessário, assim como a mulher o faz a um ginecologista a partir da primeira menstruação. É natural que durante a puberdade apareçam dúvidas relacionadas à incontinência urinária, à fimose e a vida sexual, por exemplo.

Para homens a partir dos 40 anos é recomendado exames anuais para o diagnóstico precoce de doenças relacionadas à próstata (prostatites, hiperplasia prostática e câncer na próstata), ao DAEM (Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculina) muito comum em homens a partir dos 60 anos, e a disfunção erétil e ejaculação precoce, que podem ser tratadas com facilidade e são assuntos pouco discutidos por conta do preconceito que ainda cerca a população masculina.

Sobre as doenças urológicas masculinas mais comuns

O câncer de próstata é câncer mais freqüente no homem depois do câncer de pele e a neoplasia com maior número de óbito na urologia. Embora tratável e curável se o diagnóstico for precoce, a taxa de mortalidade por câncer de próstata aumentou 120% em 27 anos. Passou de 6,31% (1979) para 13,93% (2006). Outra pesquisa indica que um em cada seis homens no Brasil terão Câncer de Próstata e o acompanhamento médico a partir dos 40 anos reduz em 90% as chances de mortalidade.

Assim como o temido exame de toque, realizado para detectar problemas na próstata e no reto, queixas relacionados à sexualidade também não recebem a devida atenção pelos os homens. Estima-se que cerca de 50% dos homens brasileiros acima de 40 anos apresentam algum grau de dificuldade de ereção e menos de 10% procuram tratamento urológico. Cerca de 60% dos homens acima de 60 anos apresentam algum grau de dificuldade de ereção, que aumenta progressivamente nos anos seguintes.

As causas são variadas. A disfunção erétil pode ser um sintoma de diabetes e pressão alta, por exemplo. É importante que a população masculina saiba que o tratamento para este tipo de queixa é simples, seguro e garante a qualidade de vida sexual dos homens em todas as faixas etárias. Basta que hábitos saudáveis sejam adotados e que o médico seja consultado para acompanhamento.

Outra situação que alarma a SBU é o câncer de pênis. Estima-se que mais de três mil homens brasileiros tenham esta doença que ocorre basicamente por falta de informação. O 1º Estudo Epidemiológico sobre o Câncer de Pênis realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia em 2007 apontou que 24,26% dos casos se encontram em São Paulo. Em seguida, vem o Ceará, com 12,87%, Maranhão com 10,66% e Rio de Janeiro, com 9,19%. O que mais assustou a entidade não foi ter São Paulo, com mais de 40 milhões de habitantes em primeiro lugar, mas sim ter Ceará e Maranhão, que juntos têm um pouco mais de 1/4 dos paulistanos, em segundo e terceiro lugares.

SERVIÇO

MOVIMENTO PELA SAÚDE MASCULINA*

De 29 a 31 de março, na cidade de Porto Velho (RO).
Local: Praça Aluísio Ferreira
Endereço: Esquina da Avenida Pinheiro Machado e a Avenida Farquar.
Horário: Das 9h às 17h.** ***

* Estão previstos 120 atendimentos por dia.
** As senhas serão distribuídas por ordem de chegada, às 9 horas.
** A campanha está preparada para atendimento de portadores com deficiência física.

Sobre a Sociedade Brasileira de Urologia

Associação científica sem fins lucrativos sediada na cidade do Rio de Janeiro, que reúne e representa a classe médica brasileira especializada em Urologia, responsável pelo diagnóstico e tratamento das enfermidades do sistema urinário de ambos os sexos e do sistema genital masculina. Fundada em 13 de maio de 1926, a SBU possui hoje 24 seccionais espalhadas pelo Brasil que coordenam e monitoram a atividade urológica em seus respectivos estados. A SBU tem hoje cerca de 90% dos urologistas brasileiros como associados.

São 3.700 profissionais que recebem embasamento científico e técnico das normas e condutas éticas adotadas no país. Também é papel da SBU proporcionar educação continuada aos membros e atuar junto aos órgãos governamentais na elaboração de políticas voltadas para a saúde urológica e do homem. Dr. Modesto Jacobino, médico urologista, é o atual presidente da SBU Nacional.

Via O Observador

Esporte: Dupla de Porto Velho vence Circuito de Vôlei de Praia

PORTO VELHO – A dupla de Rondônia Chico e Adriano foi a vencedora da final do Circuito de Vôlei de Praia realizado neste domingo (27), em Porto Velho. A segunda e terceira colocação também foram ocupadas por equipes de Rondônia. Beto e Vassorito levam prata e Sabiá e Cleber bronze. No feminino a dupla de Mato Grosso foi campeã ao vencer a dupla de RO.

Chico e Adriano venceram por 2 set a 0 a dupla Beto e Vassorito. Parciais de 18 a 10 e 19 a 17, e se tornaram campeões do Circuito. Já no feminino, a dupla do Mato Grosso (MT), Maira e Mellisa venceram Letícia e Priscila de Rondônia por 2 set a 1. Com parciais de 18 a 16 para MT, 18 a 13 RO e 15 a 12 para Mato Grosso.

Classificação Masculina:

1° Chico e Adriano Rondônia
2° Beto e Vassorito Rondônia
3° Sabiá e Cleber Rondônia

Classificação Feminina

1° Maira e Mellisa Mato Grosso
2° Priscila e Letícia Rondônia
3° Joana (RO) e Irlene Acre

Via Portal Amazônia

segunda-feira, 28 de março de 2011

Leitor Cidadão, desabafa: "Parece que não estamos mais no mapa de Porto Velho."

Essa semana publicarei uma matéria feito por um leitor do PVH News, que conta a situação no seu bairro e faz exigência para que providências sejam tomadas.

Você também pode ser publicado aqui no blog. É só enviar um e-mail para pvhnews@hotmail.com com sua matéria. Coloque fotos, vídeos, relatos e tudo o que possa enriquecer o conteúdo. O assunto pode ser bem variado, mas tenha como foco a nossa cidade de Porto Velho. Participe.

PVH News. Divulgue essa idéia.

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Olá, leitores do PVH News.

O nosso bairro está completamente esquecido pelas autoridades. Parece que não estamos mais no mapa de Porto Velho. Todas as nossas ruas estão cheias de buracos, lama, e esgoto a céu aberto.


As paradas de ônibus é uma palhaçada. As nossas linhas de ônibus são poucas. Ficamos horas esperando ônibus no sol e na chuva, porque não temos paradas decentes, e na maioria delas apenas colocam uma placa no lugar.


Todo ano de eleição é a mesma coisa. Muitas promessas, mas nada é feito. Por essa razão o povo do bairro Mariana está desacreditado.

A Rua Teodora Lopes está cheia de buracos e com esgotos a céu aberto devido um serviço mal acabado feito pelo SEMOB, que nem fez todo o saneamento básico. Por não ter para ir as águas da chuva, toda vez que chove, alaga. A situação está bem crítica também na Rua dos Andrades, que está desaparecendo totalmente.


O posto de saúde do bairro, quase não tem utilidade, pois não possui todos os atendimentos. Quem necessita desses serviços precisa se deslocar para outro posto.

Precisamos que o senhor Marcelo Fernandes, que é o secretário de obras que tome as providências cabíveis. Aliás, é obrigação das autoridades de fazer isso todos os anos. Pagamos o IPTU que é absurdo e cadê os nossos direitos? A nossa dignidade? Vários bairros já foram beneficiados com asfalto, como o Ulisses Guimarães e o Socialista. E nós, porque estamos abandonados?

Fizemos uma reunião no dia 27 de março (domingo) e pegamos as assinaturas dos moradores do bairro Marina. Vamos até a Secretaria de Obras (SEMOB) com uma comissão e levar o abaixo-assinado junto com um ofício ao secretário de obras, senhor Marcelo Fernandes.


Então, senhor secretário de obras, Marcelo Fernandes e, o senhor Prefeito Roberto Sobrinho, tomem as providências cabíveis para o nosso bairro. Não merecemos ficar nessa situação. Precisamos de soluções, porque de promessas já estamos cansados.

Fiquem os senhores sabendo que nós não vamos descansar enquanto o nosso sonho não virar realidade. Há muitas coisas a serem feitas nesse bairro, seja na saúde, transporte, segurança, projetos sociais, enfim, tudo que se precisa em qualquer bairro para viver com dignidade e respeito.

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Uanderson Ce
tauro, 24 anos.
Cursando Administração de Empresas (UNIRON)
e morador do bairro Mariana,
com muito orgulho.

domingo, 27 de março de 2011

A usina que explodiu

Esqueça a revolta das hidrelétricas no Rio Madeira. O verdadeiro drama das obras em Rondônia é o surto de mães solteiras, o aumento do uso de drogas, os hospitais lotados...

ALine Moraes (texto) e Rogério Cassimiro (fotos), de Jaci-Paraná, Rondônia



VANDALISMO: O canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau após a revolta que paralisou a maior obra do PAC.
Milhares de operários fugiram para as cidades vizinhas


Quando o governo anunciou a construção das hidrelétricas do Rio Madeira, nos arredores de Porto Velho, capital de Rondônia, a cidade vibrou. Pelas ruas empoeiradas, dezenas de carros circulavam com adesivos azuis nos vidros estampando dizeres autoexplicativos: “Usinas já”. Os moradores da pouco abastada Porto Velho vislumbraram nas obras a possibilidade de novos empregos, geração de renda, crescimento econômico. “Os olhos das pessoas brilharam”, afirma Tania Garcia Santiago, promotora do Ministério Público estadual. E essa profecia se realizou. Os empreendimentos já atraíram para a região mais de 3.500 empresas. Com elas, a arrecadação de impostos da prefeitura saltou de R$ 340 mil para R$ 2,5 milhões – quase oito vezes mais – em apenas quatro anos. Neste momento, há 200 prédios sendo erguidos na capital. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) injetou R$ 1 bilhão em infraestrutura no Estado.

Há duas semanas, porém, o país foi apresentado à outra face do impacto das obras em Rondônia. Uma rebelião em uma das obras, a de Jirau, aterrorizou o Estado. Um grupo de vândalos ateou fogo no canteiro de obras e arrasou boa parte da infraestrutura de construção. Segundo uma primeira versão, a desordem foi provocada pela revolta de trabalhadores com a falta de pagamento de horas extras e até castigos físicos. Outra hipótese investigada pelo Ministério Público é de disputa entre sindicatos. Em meio à confusão, parte dos 22 mil operários fugiu – andando às vezes mais de 30 quilômetros – para as cidades vizinhas. Na sexta-feira, o cenário era de pós-guerra. Sob os escombros, quase nenhum indício de que ali funcionava a maior obra do PAC. Tropas da Força Nacional de Segurança faziam vigília, e os operários voltaram para casa. “A população ficou assustada. Eles estão percebendo que as usinas não trazem só progresso”, diz Tania.

Embora grave, a questão trabalhista é apenas uma pequena fração dos problemas da região. Muitos já existiam, mas vêm se agravando desde 2008, data do início dos projetos. De lá para cá, cerca de 45 mil pessoas migraram para Porto Velho em busca de oportunidades. A população da cidade cresceu em pelo menos 30%. A violência explodiu. O trânsito ficou caótico (cerca de 1.500 carros são emplacados por mês). Os serviços da rede pública ficaram ainda mais saturados. A média de espera por uma internação é de 40 dias. Na recepção do principal pronto-socorro de Porto Velho há doentes deitados debaixo de macas porque não existe sequer chão livre. Na última semana, dois homens se esticavam ali sobre pedaços de papelão. Quem tem um pouco mais de dinheiro compra o próprio colchão. Em vários aspectos, a promessa do Eldorado trouxe mais miséria.

Não é que as obras fossem dispensáveis. Juntas, as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio vão gerar energia suficiente para abastecer cerca de 23 milhões de casas – é quase a metade do que Itaipu pode gerar. O Brasil precisa, e muito, dessa energia para sustentar seu crescimento (e diminuir o risco de apagões). Mas o sistema de precificação do setor elétrico brasileiro apressa essas construções. Com prazo apertado para gerar energia, os empreendedores precisam colocar as máquinas nos canteiros quanto antes. “Ainda estamos vivendo no modelo antigo, sem planejamento e intervenção antecipados às obras”, afirma Mario Monzoni, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV). “É um problema sistêmico, crônico, que não se resume a esses empreendedores.” A solução seria chegar adiantado. Preparar os municípios para receber as grandes obras.

Não faltam críticos para dizer que a Amazônia não deveria abrigar obras desse porte. “O custo de oportunidades, se comparado com a energia produzida, é um absurdo”, diz Roland Widmer, coordenador do Programa Eco-Finanças da organização ambiental Amigos da Terra – Amazônia Brasileira. “Essas usinas não fazem sentido econômico.” A conta, diz Widmer, tem de incluir os impactos para a floresta e para as populações locais.

Em pouco mais de três anos, 45 mil pessoas migraram para Porto Velho. A violência saiu do controle

Marcada no passado pelos ciclos da borracha e do garimpo de ouro, a Rondônia futura será reflexo do ciclo econômico concebido pelas hidrelétricas do Madeira. Teremos uma geração inteira de filhos das usinas, convivendo com as inclemências e os lucros do progresso. As obras não deixam herdeiros só no sentido figurado. Elas geram também filhos de carne e osso. Está havendo, segundo profissionais da área de saúde, um aumento expressivo do número de mães solteiras. Especialmente jovens e adolescentes. Com o aquecimento econômico, as mães dessas garotas arrumaram emprego. Ótima notícia. Mas isso implica mais filhas longe dos olhos das mães, em uma vizinhança inflada de homens que chegaram para buscar trabalho. “As adolescentes estão mais vulneráveis”, afirma Ida Peréa, médica e diretora da maternidade municipal de Porto Velho. “O que está aumentando é a primeira gravidez. Não nos preparamos para esse crescimento gigantesco.”

Quando a maternidade foi inaugurada, em 2006, os partos de meninas de 10 a 19 anos representavam 28% do total. Uma taxa alta, diante dos Estados Unidos (6%), do Japão (1,3%) ou mesmo da média brasileira (23%). Depois de três anos de trabalho, muita campanha e conversa, esse índice chegou a 25% em março de 2010. Ida e a equipe comemoram. Um ano depois, no pico das obras com seus quase 40 mil homens, a estatística pulou para 33%. “É muita coisa. E a idade das meninas grávidas está caindo”, diz ela. A garota Jusivânia Oliveira dos Santos é uma das novas mães. Quando tinha 16 anos, engravidou de um garoto de Mato Grosso cuja família foi para Rondônia atrás de emprego na usina. O rapaz foi embora quando ela ainda estava com o bebê na barriga. Eles nunca mais se encontraram. “A gente se fala pela internet uma vez por mês”, diz Jusivânia. “No começo, eu ficava triste porque ele nem perguntava do filho. Agora me acostumei.”

A notícia do dinheiro farto chegou não só aos brasileiros de outros Estados. Tem chamado a atenção de estrangeiros. Há boatos de coiotes trazendo imigrantes da Bolívia, vizinha de Porto Velho. Os rumores de que Rondônia teria se transformado na capital das oportunidades alcançaram até o Haiti, devastado por um forte terremoto há pouco mais de um ano. No começo de março, 108 haitianos chegaram a Porto Velho para reerguer suas vidas. Jean Pierre Vivendieu, de 32 anos, é um deles. Tão logo ocorreu o tremor, ele traçou uma estratégia: juntar dinheiro para chegar ao Brasil. De avião, partiu para a República Dominicana, Panamá e depois Equador. Na América Latina, completou o trajeto de ônibus até o Peru, Acre, Brasília e, por fim, Rondônia. De um grupo de mais de 100, Vivendieu é um dos cinco que até a semana passada ainda não tinham emprego. “Quero trabalhar para ir buscar minha noiva”, diz.

ADAPTAÇÃO: Jusivânia Oliveira dos Santos, de 16 anos, e seu filho, Walace, em frente ao Rio Madeira. O pai da criança voltou para casa

Por natureza, a região de Porto Velho não é dos lugares mais seguros. A capital fica a pouco mais de 350 quilômetros da Bolívia. A cidade de Guajará-Mirim, a última em terras brasileiras, é um possível ponto de entrada de drogas no país. A estrada que liga ambas, a BR-364, abriga uma prisão federal de segurança máxima. Ali estão detidos Elias Maluco, mandante do assassinato do jornalista Tim Lopes, no Rio de Janeiro, e os envolvidos na invasão do Hotel Intercontinental em São Conrado, Zona Sul do Rio. Com baixo desenvolvimento socioeconômico, é um ambiente propício ao crime. Mais gente, num ambiente assim, fez a violência crescer. Os moradores reclamam de não mais poder sair de casa sem trancar as portas. O consumo de bebidas e drogas subiu. O número de homicídios em Porto Velho aumentou 44% entre 2008 e 2010. Os casos de estupro em Rondônia cresceram 76,5% no mesmo período. A quantidade de crianças e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual foi 18% maior.

A vila de Jaci-Paraná, a caminho da hidrelétrica do Jirau, é um dos locais mais afetados. Antes do quebra-quebra de duas semanas atrás, os funcionários ocupavam as ruas esburacadas de Jaci em busca de algum lazer. Os botecos – muitas vezes fachadas para prostíbulos – agora estão esvaziados. “As p... estão de férias”, diz um taxista. “Em dia de pagamento, isso ferve. É brega (casa de prostituição) para todo lado.” Assim como os trabalhadores, as prostitutas chegam de vários lugares. Antes das obras, Jaci-Paraná tinha 4 mil moradores. Era uma cidadela tranquila, a maioria se conhecia pelo nome. Agora tem mais de 16 mil pessoas.

A pouco menos de 20 minutos dali, a realidade muda completamente. O lugarejo de Nova Mutum foi construído pela Energia Sustentável do Brasil (Enersus), consórcio responsável pela usina de Jirau, para receber os desalojados de uma localidade próxima que vai ser alagada pelo reservatório. É quase um Alphaville amazônico. Planejada, Nova Mutum tem imóveis de alvenaria, saneamento básico, água enca-nada. Lá, vivem funcionários da obra e 160 famílias que optaram por ganhar uma casa e um terreno para colocar a horta, em vez de indenização. Nova Mutum é a prova de que os impactos de uma obra gigantesca podem, sim, ser mitigados. O custo total, porém, ficaria maior – pelo menos no primeiro momento. No longo prazo, uma região desenvolvida pode produzir riqueza, em vez de espalhar miséria.

Ter lado a lado dois exemplos de cidade tão contrastantes é uma aula viva para futuras obras. “Melhorar as condições em Jaci-Paraná não daria o marketing necessário”, afirma Pedro Wagner Almeida Pereira Júnior, promotor do Ministério Público Estadual. “Então eles resolveram construir uma cidade nova.” A Enersus diz ter cumprido todas as medidas exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) antes de começar a hidrelétrica. “Fizemos uma série de investimentos em Jaci”, diz Victor Paranhos, presidente do consórcio. “E desde o início avisamos as autoridades sobre os problemas. Mas não cabe a nós acabar com as drogas e a prostituição.” (Procurado por ÉPOCA, o Ibama não se pronunciou.) As duas hidrelétricas vão alagar uma área próxima de 600 quilômetros quadrados. É menos de um terço do tamanho da cidade de São Paulo. Não é muito, comparado aos reservatórios de usinas construídas no passado (Tucuruí, inaugurada nos anos 80 no Pará, inundou quase 3.000 quilômetros quadrados). A redução dos reservatórios é possível graças à tecnologia de fio d’água, um avanço na engenharia. Mesmo assim, há problemas. Nas margens afetadas vivem cerca de 2.300 famílias. Estão ali há anos, próximas da floresta, de suas plantações e de igarapés. É um modo de vida singular – e difícil de ser reproduzido. Em muitas casas, o rio passava próximo ao quintal. O contato com o verde se dava em tempo integral. Há muitos relatos de moradores sobre a tristeza vinda com a mudança. Eles dizem que alguns idosos caíram em depressão. Uns foram embora. Outros morreram.

Para os pescadores, a obra representou uma dificuldade inédita. Segundo os ribeirinhos, o vaivém de barcos e a própria obra estão alterando os hábitos dos peixes. A pescadora Cecília de Lima, de 50 anos, vive com o marido, também pescador, em Jaci. Antes da chegada das máquinas, eles tiravam cerca de R$ 200 por pescaria. Na semana passada, o casal voltava para casa com um isopor minguado depois de pescar mais de 12 horas. “Pegamos uns R$ 50 e gastamos R$ 35 com combustível e gelo”, ela diz. “Antigamente era muito peixe. A gente mandava era peixe para fora daqui.” Eles terão em breve de deixar sua casa, avaliada pelo consórcio Santo Antônio Energia, responsável pela obra da usina Santo Antônio, em R$ 70 mil. A proposta da empresa, de acordo com Cecília, é dar uma moradia nova mais R$ 9 mil pelas benfeitorias do terreno, alguns pés de frutas que ela cultiva no quintal. “Esse povo veio acabar com a nossa paz, com a nossa vida”, afirma Cecília. As empresas dizem que, à medida do possível, tentam realocar essas famílias de pescadores mais próximo do rio.



ESCASSEZ: Antonio Chavier e Cecília de Lima, casal de pescadores da região. Eles culpam as obras pela falta de peixes

É difícil agradar a todos. O grande desafio das usinas, fora os prazos apertados para a geração de energia, é obter uma licença social para ocupar aquele espaço. As empresas têm uma quantidade enorme de projetos para minimizar os impactos socioambientais: para retirar famílias, construir vilas, melhorar serviços públicos, aumentar escolas, presídios, delegacias. Juntos, os consórcios Enersus e Santo An-tônio vão investir R$ 2,5 bilhões em medidas compensatórias – quase 10% do valor total dos empreendimentos. Quase tudo já está destinado, mas as obras começaram depois do início das hidrelétricas. “O problema foi a falta de preparação da cidade”, afirma o promotor Hildon de Lima Chaves, do Ministério Público Estadual.

A história das hidrelétricas no Brasil é pontuada por pelo menos três fases. A primeira é das grandes obras construídas pelos militares da ditadura, num período em que o governo federal queria levar desenvolvimento a qualquer custo para a Região Norte. A segunda é a era dos licenciamentos. A legislação obrigou as empresas a dar satisfações à sociedade e cumprir uma série de exigências. Agora é a vez das regras do mercado. Os investidores, principalmente os estrangeiros, voltam-se para suas carteiras com olhar crítico. Todo mundo procura fontes de energia limpa, e as hidrelétricas são uma das melhores opções, inclusive para fazer a vida dos moradores locais melhorar. “Vamos deixar para a região mão de obra qualificada, desenvolvimento. Se você visse Porto Velho antes, ia entender a transformação”, afirma Carlos Hugo Annes de Araújo, diretor de sustentabilidade da Santo Antônio Energia. Mas, para isso, é preciso haver preocupação com a pós-construção: com a defesa da floresta e das pessoas que já viviam lá. Num país tão necessitado de obras como as do Rio Madeira – e como a futura usina de Belo Monte, no Pará –, é essencial voltar os olhos para a região de Porto Velho. É essencial conversar com a pescadora Cecília de Lima, com a médica Ida Peréa, com a jovem mãe solteira Jusivânia dos Santos.

Via Revista Época

Coleta seletiva de lixo é testada na Capital


A Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), iniciou ontem, 24, no Conjunto Rio Candeias e no Bairro Alphaville a execução experimental do Projeto Coleta Seletiva.

"Esta fase é uma experiência com os moradores do Alphaville e do Rio Candeias para que juntos, prefeitura e comunidade encontrem a rotina ideal para a execução definitiva da coleta seletiva do lixo produzido em Porto Velho", disse o secretário Jair Ramirez que entende ser esta fase importante para expandir o projeto para outros bairros da capital, e para isto contamos mais uma vez com o apoio dos moradores destas duas localidades para o sucesso do projeto e benefício do município.

Informação
Os moradores e comerciantes do Alphaville e do Rio Candeias receberam visitas na quarta-feira, 24, de servidores da Semusb, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), funcionários da Marquise e acadêmicos voluntários da Unir e da Faculdade São Lucas.

Embalagens
Este grupo vai passar de porta em porta, entregando panfletos, explicando sobre os dias e horários para se colocar os lixos secos nas calçadas e nos locais específicos e sobre a passagem do caminhão de coleta. "Vamos usar também carros de som, faixas, pit stops e divulgar na mídia local sobre esta ação. O importante é tirar as dúvidas sobre esta fase experimental e também mudarmos alguns hábitos sobre o descarte do nosso lixo, agora, com este projeto sendo executado em breve vamos ter uma noção mais próxima de como o restante do município vai se comportar e assim vamos traçar novas metas e estratégias para a execução do projeto em toda capital, como quer o prefeito Roberto Sobrinho", apontou Jair Ramirez.

Bairros
A coleta do lixo seco será feita em dia separado da coleta atual, no Bairro Alphaville será nas quintas-feiras pelo período da manhã e no Conjunto Rio Candeias na parte da tarde. O material coletado será entregue na cooperativa dos catadores localizada no galpão da Vila Princesa.

Via estadaoweb

Mulheres dominam o volante


Em 2009 foram 121.270 mulheres habilitadas em Rondônia, um crescimento de 21,04% em relação a 2008. Esse número vem crescendo desde o ano passado, de janeiro de 2010 a fevereiro de 2011, na Capital, elas somam um total de 42.332 mulheres com Carteira Nacional de Habilitação (CNH). As informações são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Rondônia. A categoria mais procurada por elas é a ‘B’, habilitação para carro, em 2010 na Capital foram 23.859. Com a construção das duas usinas hidrelétricas na Capital, outro serviço solicitado nos Centro de Formação de Condutores (CFC) foi à adição de categoria de ‘C’ para caminhão e ‘D’ para ônibus.

O ‘boom’ causado pelas usinas no mercado de trabalho foi favorável para as mulheres. A procura por profissionais se intensificou neste período, as mulheres se especializaram na mudança por categoria e isso refletiu no aumento de habilitações emitidas. O instrutor de autoescola, Max Augusto, explica que as mulheres são mais procuradas no mercado de trabalho, por serem mais prudentes no trânsito. Em 2009 apenas 2,52% de mulheres se envolveram em acidentes de trânsito, enquanto no universo de condutores masculinos 4,24%. “Quando o sinal fica amarelo, pela cautela, a mulher já para o carro. Os homens em geral não fazem isso. O cuidado e a atenção redobrada das mulheres os irritam no trânsito”, comenta.

“Tem algum instrutor paciente? Por que o meu marido é muito estressado”, esse é o tipo de comentário de mulheres que sofrem repressão em casa, tanto do marido como dos familiares. “Algumas mulheres chegam traumatizadas, isso prejudica no aprendizado da aluna”, falou o instrutor.

A agressividade dos homens e a falta de paciência refletem nas autoescolas. “Troquei de instrutor porque ele era muito impaciente, ficava muito nervoso quando eu errava”, entrega Regiane Pereira, 26 anos. Um novo instrutor trouxe mais segurança para Regiane, o nervosismo e os erros constantes diminuíram com o novo profissional.

Via Diário da Amazônia

Revolta de trabalhadores em obras do PAC preocupa Planalto


Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As sucessivas revoltas de trabalhadores em canteiros de obras das hidrelétricas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal vêm preocupando o Palácio do Planalto. Embora exista um monitoramento por parte da segurança institucional, a presidenta Dilma Rousseff preferiu tratar o assunto por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República e escalou o ministro Gilberto Carvalho para tratar de perto a questão.

Gilberto Carvalho tem um bom trânsito e manteve conversas com os movimentos sociais na última semana, preocupado com a possibilidade de uma reação em cadeia que possa paralisar as obras em um setor estratégico para o governo, que é o de geração de energia.

Depois da revolta que parou a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, na tarde de ontem (24) foi a vez dos trabalhadores da Usina de São Domingos, em Mato Grosso do Sul, se revoltarem. Houve tumulto entre os trabalhadores contratados para as obras da usina, no limite dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo. Os seis pavilhões usados como alojamento foram incendiados.

Os trabalhadores queimaram ainda o centro ecumênico, o refeitório, a guarita e uma sala de informática que os funcionários usavam para manter contato com as famílias.

O ministro Gilberto Carvalho marcou uma reunião com as centrais sindicais na próxima terça-feira (29) e vai ouvir dos sindicalistas que o governo precisa ter uma fiscalização mais efetiva sobre as condições dos trabalhadores nos canteiros de obras do PAC.

"Não se pode ter nas obras do PAC condições análogas à escravidão", disse Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), em entrevista à Agência Brasil. "É preciso que o governo fiscalize e que cumpra o que nós vamos acordar nessa reunião. Do contrário, podemos ter uma reação em cadeia", disse Patah ao defender que não acredita em ações coordenadas dos trabalhadores, mas que teme um "efeito dominó".

A reação em cadeia é muito provável, na opinião dos sindicalistas, porque os problemas trabalhistas que afetam os canteiros de obras de Jirau, Santo Antônio e São Domingos são parecidos.

"Os problemas têm a mesma origem. São trabalhadores em péssimas condições de trabalho. Existem situações discriminatórias de trabalhadores que exercem a mesma função. É necessário que haja um tratamento mais isonômico entre trabalhadores contratados pelas empreiteiras e aqueles contratados pelas empresas terceirizadas. São pessoas que largam suas vidas, suas famílias, e vão trabalhar para o crescimento do país. Não podem ser tratados como escravos", destacou Patah.

A Eletrosul Centrais Elétricas S.A., responsável pela construção da usina em Mato Grosso do Sul, informou, por meio de nota, que o quebra-quebra no canteiro de obra foi causado por um grupo isolado de trabalhadores contratados pelo consórcio construtor, composto pelas empresas Engevix e Galvão. Os trabalhadores disseram que estão descontentes por causa de pendências trabalhistas.

As obras da Usina Jirau, em Porto Velho, estão paradas há mais de uma semana, desde o início dos conflitos que destruíram os alojamentos. A Usina Santo Antônio também passa pela mesma situação.

Patah afirmou que participará da reunião, na terça-feira, com Gilberto Carvalho, e que as centrais sindicais querem também conversar com o representante do Ministério Público do Trabalho. O encontro com o Ministério Público ainda não está confirmado.

As centrais também adotaram a estratégia de conversar com as empresas. No início da semana, uma das empresas do consórcio de Jirau, segundo Patah, admitiu que empresas contratadas para fornecer alimentos e remédios aos trabalhadores estariam cobrando preços abusivos dos trabalhadores, que eram obrigados a comprar somente dessas empresas.

Via Tudo Rondônia

sábado, 26 de março de 2011

Patrimônio histórico tombado é soterrado e desaparece na Praça da EFMM

Na última quarta-feira (23) algumas pessoas se indignaram ao presenciar o “sepultamento” de um barco-vapor, de casco de aço, sendo o único existente, que há muitos anos estava encalhado no pátio ferroviário da EFMM em Porto Velho. A embarcação histórica foi aterrada com cascalho e a sua procedência é desconhecida, porém é estrangeira. A peça é um protótipo de embarcação do tipo Vapor e está incluída entre as peças ferroviárias tombadas no entorno do complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré como patrimônio nacional. Caminhões com cascalho cuidaram de aterrar o barco e consta que não houve nenhum aviso prévio. “Ato de destruição do monumento é igual ou pior que na época da ditadura militar, quando não havia democracia no Brasil”, disse uma pessoa que testemunhou o aterro.

O plano de transformar o pátio ferroviário em uma Praça pela prefeitura de Porto Velho há algum tempo vem sendo apontando como irresponsável e sem critério de valor tanto na reforma – que deveria seguir critérios determinados por lei (afinal se trata de um patrimônio tombado) quando na questão do resgate histórico.

O acadêmico da 1ª Turma de arqueologia da UNIR (Universidade Federal de Rondônia), Egon Felipe, estava no local e flagrou quando funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Velho realizavam o serviço de soterrar o velho barco VAPOR. A barca soterrada será transformada em um jardim.

Para lembrar: foram demolidos nos últimos meses de 2010 a Serraria das Onze Horas, o anexo da Estação ferroviária de passageiros, o Plano Inclinado, o desmonte do Museu ferroviário, o Cemitério da Candelária, e os trilhos que estão sento arracados a partir de Santo Antônio até Guajará-Mirim. A morfologia do entorno do Pátio está sendo desmontada.Todos inseridos nessa área que está protegida pelo Decreto Lei 25/37 e pela Portaria 231/07.

Via Rondoniaovivo

Prefeito de Porto Velho entrega 120 casas do projeto candelária: mais 500 pessoas beneficiadas

Lágrimas, sorrisos e a certeza de que a partir de agora quinhentas pessoas terão um lugar seguro e digno para morar. Foi este o cenário da solenidade de entrega das 120 chaves das casas do projeto Candelária, conduzida pelo prefeito Roberto Sobrinho, na manhã desta sexta-feira (25/03), na quadra esportiva da escola Marcelo Cândia, no bairro Marcos Freire, zona Leste de Porto Velho.

Estavam presentes a primeira dama Lucilene Peixoto, o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Rodrigues, os secretários Israel Xavier (Sempre), Ian Kleber (Semur), Ana Cristina (Semfaz), os vereadores Jurandir Bengala e Sid Orleans, a chefe de Gabinete do prefeito Miriam Saldaña e as secretárias adjuntas da Sempre e Semur, Silvana Cavol e Mônica Carvalho, respectivamente, o presidente do diretório municipal PT, Tácito Pereira e o representante da Caixa Wilson Alves.

As famílias beneficiadas habitavam em áreas de risco, oriundas dos bairros Lagoinha, São Sebastião, Baixa da União, Candelária I e Canal Tancredo Neves, e que foram cadastradas pela Semur para receberem gratuitamente as novas casas. A dona de casa Maria de Fátima, representou os moradores, na mesa de cerimônia e disse emocionada que estava realizando um grande sonho.

“ Quando chovia, eu não conseguia dormir direito, com medo do que pudesse acontecer, pois onde eu morava alagava tudo, e hoje estou muito feliz em pegar as chaves da minha nova casa, realizando o sonho de ter um lugar seguro pra morar. Tenho certeza de que todas as famílias que estão aqui também estão emocionadas, pois viver num lugar digno é o sonho de muita gente”, disse Maria.
O secretário Israel Xavier falou do trabalho incansável da atual administração em captar recursos junto ao governo federal, para realizar ações que beneficiam a população. “A entrega destas casas demonstra a preocupação da prefeitura de Porto Velho em oferecer moradia digna para as famílias carentes desta cidade, por isso nossa equipe não se cansa em desenvolver projetos e apresentar aos órgãos federais no intuito de conseguir recursos para ajudar os mais necessitados e a desenvolver e melhorar a infraestrutura de nossa cidade”, discursou.

O secretário Ian Kleber reforçou as palavras do secretário Xavier destacando a grande parceria do governo federal com o município de Porto Velho. “Os recursos estão chegando e melhorando a qualidade de vida de nossa população. E a conclusão de mais este projeto habitacional nos deixa muito felizes, pois a partir de hoje estas quinhentas famílias poderão dormir tranqüilos, longe das alagações, e poderão idealizar outros projetos de vida, pois este já foi concretizado”, declarou.

O vereador Cláudio Carvalho, enfatizou que todos têm o direito à moradia digna. “Esta é a melhor forma de transformar os impostos que pagamos, em benefícios à população. E com certeza estas famílias a partir de agora terão uma melhor qualidade de vida e poderão viver mais tranquilamente”, disse.

O representante de Caixa Wilson Alves, falou da grande satisfação em também participar da concretização deste sonho para estes 500 moradores. “A caixa vem ao longo dos anos realizando o sonho da casa própria para muita gente. E estamos presentes nos projetos habitacionais que tem beneficiado milhares de famílias. Fazer parte deste processo é maravilhoso”, disse.


O prefeito Roberto Sobrinho também estava muito emocionado durante a entrega das chaves às famílias. A cada sorteio dos nomes, e diante das lágrimas dos novos moradores, Sobrinho se dizia realizado. “Tivemos muita dificuldade para a conclusão deste projeto, mas conseguimos. Enquanto recebíamos críticas, nossas equipes corriam atrás de sobrepor os obstáculos que encontrávamos. E hoje é dia de grande festa para todos nós”, discursou.

A entrega destas casas foi um trabalho iniciado desde 2005, na administração do prefeito Roberto Sobrinho com a finalidade de atender as famílias em situação de vulnerabilidade. A prefeitura fez um mapeamento das áreas de risco e desenvolveu um planejamento habitacional voltado para o atendimento prioritário dessas famílias. As moradias fazem parte de uma parceria entre a Prefeitura e o Ministério das Cidades para atender as famílias que há anos sofriam com a falta de um lugar adequado para morar. Mais de 2 mil pessoas já foram contempladas pela prefeitura com habitação, sendo pouco mais de 400 por viverem em áreas de risco. O projeto da prefeitura contempla somente as famílias carentes, com renda máxima de até três salários mínimos. E as casas entregues não poderão ser comercializadas sob qualquer forma, de acordo com o previsto nas cláusulas do termo de adesão. Se ocorrer algum caso de negociata o dono do imóvel terá excluído o cadastro e perderá a moradia.

Agradecimentos Vários beneficiários do projeto pediram espaço para agradecer publicamente ao prefeito Roberto Sobrinho e a equipe da secretaria de regularização fundiária pelo recebimento da casa. Uma delas foi a senhora Maria Ruiz. “Eu achei que nunca iria conseguir realizar este sonho. Mas hoje é realidade. Quero agradecer a este prefeito que sempre olhou para os mais humildes e hoje tornou possível este sonho”, declarou.

Arlei Castro ficou emocionado ao receber as chaves e disse que agora poderá dar uma melhor vida para sua família. “Eu ficava juntando dinheiro para comprar tudo de novo o que eu tinha perdido no inicio do ano durante o período de chuva e alagação. Agora eu vou poder fazer outras coisas pra mim e pra minha família”, disse. Elcione Silva também agradeceu a prefeitura pela conquista. “Eu ficava imaginando como seria morar em outro lugar, mai seguro, longe da alagação e dos bichos. E hoje estou com as chaves da minha casinha, estou muito feliz e realizada”, comentou.

Novo benefícios Ele anunciou ainda a construção de uma nova escola para atender os novos moradores. “A nova escola municipal terá 12 salas de aula e vai atender toda esta demanda. E estamos realizando um estudo para criar um novo acesso a este bairro (Marcos Freire). Vamos asfaltar uma nova rua que vai passar pelo bairro São Francisco e Mariana e vai dar mais opção para as linhas de ônibus e para os moradores”, anunciou.

Via O Nortão

CUT vai a Porto Velho ver situação dos trabalhadores de Jirau e Santo Antônio

Uma comissão da Central Única dos Trabalhadores (CUT) visita hoje (22) as obras das usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, em Porto Velho (RO). O objetivo é verificar as condições de trabalho e as possibilidades de negociação com as empresas responsáveis pelas duas obras. “Há denúncias de que a legislação trabalhista não está sendo cumprida tanto na Usina Jirau como em Santo Antônio, principalmente no que se refere às condições de trabalho, que são inadequadas. Os problemas são mais sentidos pelos trabalhadores com origem em outros estados”, disse à Agência Brasil o diretor financeiro da CUT, Wagner Freitas, que se encontra na capital rondoniense.

Segundo ele, os problemas ocorridos em Jirau se deve ao fato dessa obra reunir muitos migrantes, diferentemente de Santo Antônio onde, segundo o sindicalista, cerca de 80% dos trabalhadores são da própria região. "O conflito ocorrido tem como origem a falta de apoio e de sensibilidade das empresas para com eles [migrantes] em especial”. Na semana passada, os trabalhadores de Jirau depredaram ônibus de transporte de funcionários e atearam fogo em vários alojamentos. Muitos equipamentos da obra também foram danificados.

Freitas garante que, ao contrário do que informou a Camargo Corrêa, empresa responsável pela obra de Jirau, os sindicatos tentaram abrir diálogo para discutir a situação e que, de forma nenhuma, as reivindicações seriam uma surpresa. “O Sticcero [Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia] nos garantiu isso”, disse.

“Além de melhores condições de trabalho, os operários reivindicam aumento do valor dos vales-refeições, convênios médicos, melhores salários e apoio logístico e financeiro para os trabalhadores de outras regiões”, disse o sindicalista. “Falta um trato mais adequado às condições de trabalho”, resume.

A Camargo Corrêa, no entanto, nega qualquer desrespeito à legislação trabalhista e garante que a empreiteira não recebeu nenhuma pauta de reivindicação dos funcionários. Por meio de interlocutores, informou o acordo coletivo firmado com o sindicato local está sendo cumprido. Mas reitera o compromisso de avaliar as demandas surgidas a partir das denúncias.

Segundo a empresa, praticamente todos os migrantes que estavam alojados no canteiro de obras de Jirau já deixaram Porto Velho. Faltam apenas cerca de 90 funcionários, que estavam hospedados na casa de amigos ou que perderam a documentação em meio à confusão e aos incêndios provocados pelos manifestantes. A empreiteira está aguardando a conclusão do inventário do que foi destruído para divulgar os prazos para a retomada e para a conclusão das obras.

Via Diário de Pernambuco

O impacto da paralisação das obras de Jirau e Santo Antônio



Via CBN

sexta-feira, 25 de março de 2011

Motoristas não respeitam seta


VANESSA QUEIRÓZ
jornal@diariodaamazonia.com.br

A falta de sinalização de trânsito na avenida Sete de Setembro para conversão à direita no trecho de faixa exclusiva de ônibus que fazem o transporte público tem causado insatisfação de motociclistas e motoristas dos demais veículos que precisam utilizar o trajeto, na área central de Porto Velho. A equipe do Diário da Amazônia esteve no local e flagrou diversas situações de desorganização do tráfego, que vão desde filas duplas de ônibus à falta de antecipação dos motoristas em sinalizar que vão virar à direita.

O taxista Hélio Abreu de Oliveira, 60 anos, disse que muitos motoristas desconhecem que podem andar pela faixa exclusiva de ônibus quando vão virar à direita, e deixam para fazer a conversão no cruzamento, o que tem provocado batidas na parte traseira. O também taxista Cézar Pereira Brito contou que mesmo quando é indicada a seta os motoristas de ônibus não respeitam.

A falta de fiscalização e de sinalização é apontada como principal motivo da desorganização do trânsito no local. Os taxistas relataram que em horário de pico, como por exemplo, ao meio dia, os ônibus ocupam toda a avenida. Os demais veículos que não conseguem êxito na ultrapassagem precisam fazer o ‘‘balão’’ pela avenida Tenreiro Aranha.

Cézar Brito reclamou que a faixa só beneficiou os ônibus. ‘‘Para conseguir fazer a conversão é preciso entrar na faixa logo no ínicio e correr o risco de ser multado’’. SUGESTÃO Os taxistas também expuseram que com a exclusividade da faixa para ônibus, os profissionais ficaram impedidos de parar na faixa para os passageiros entrarem nos veículos. A situação é mais complicada para os deficientes físicos e idosos que são obrigados a atravessar a via. O taxista Josias Teixeira considera que falta mudar a forma como os problemas sociais são tratados na Capital. Os taxistas sugeriram que a Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran) também permita o serviço de táxi dentro da faixa exclusiva, como acontece em outras cidades.

Via Diário da Amazônia

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios tem 56 candidatas


Serão conhecidas na sexta-feira (25) as vencedoras da fase estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A divulgação, com a respectiva premiação, acontecerá no Espaço Multieventos, na cidade de Porto Velho (RO), a partir das 19h30.

Concorrem ao prêmio, uma realização do Sebrae, da Secretaria Especial de Política para Mulheres, BPW Brasil e FNQ (Fundação Nacional da Qualidade), 56 mulheres representando empresas, associações e cooperativas. Na ocasião será lançada a edição 2011 do prêmio.

O foco do certame é dirigido a mulheres empreendedoras com mais de 18 anos, proprietárias de micro e pequenas empresas ou integrantes de cooperativas e associações de pequenos negócios, com geração de trabalho e renda.

"A premiação divide-se em três fases - a estadual, a regional e a nacional - reconhecendo histórias de mulheres de negócio que transformaram idéias em realidade", informa Rita de Cássia de Assis Costa, do Sebrae/RO.

Para participar do prêmio, as empresas, cooperativas ou associações devem ser legalmente estabelecidas há pelo menos um ano de exercício fiscal, não ultrapassando faturamento anual de R$ 2,4 milhões.

A melhor história habilita sua personagem a concorrer à fase regional e, ganhando, vai à final, no dia 25 de maio, em Brasília, onde serão conhecidas as duas histórias cujas personagens concorrem a viagem de missão internacional, além de fazer cursos do Sebrae.

Concorrem ao prêmio na primeira fase 16 mulheres de Porto Velho, 14 de Ariquemes, 4 de Ji-Paraná, 6 de Cacoal, 3 de Pimenta Bueno, 11 de Vilhena e 2 de Rolim de Moura. Na etapa estadual, selecionam-se as duas histórias de empreendedoras por Estado, uma de pequenos negócios e outra de negócios coletivos, que concorrem também a 16 horas técnicas de consultoria.

As vencedoras ganham troféus, buquês de flores, vale curso e 16 horas de consultoria. Se ficarem entre as finalistas nacionais, concorrem ainda a uma viagem internacional.

Via estadaoweb

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sinais de fumaça na floresta

Trabalhadores colocaram fogo no acampamento da obra da Camargo Corrêa em Jirau (RO)

Os sinais de fumaça que sobem dos enormes canteiros de obras das enormes hidrelétricas em construção na Amazônia alertam para uma enorme transformação em curso no país do nunca antes: a retomada da exploração hidrelétrica amazônica.

Estima-se que o potencial energético daquela região ainda a explorar equivalha a sete usinas das Três Gargantas, na China, a maior do mundo.

O novo Brasil não pode prescindir dessa energia, presume-se, pois está investindo R$ 40 bilhões apenas nas duas usinas em Rondônia, no rio Madeira: Santo Antônio e Jirau.

Esse movimento, que mal começou, mudará a região amazônica, e é notável como foi fácil tomar essa decisão. Sim, os ambientalistas protestaram, protestam e protestarão, mas a Amazônia é tão distante em todos os sentidos da imensa maioria dos brasileiros que quase ninguém se importa de verdade. E essa energia é necessária e bem-vinda.

No teatro de operações do rio Madeira, pertinho de Porto Velho, estão alojados cerca de 40 mil trabalhadores de Jirau e Santo Antônio. Sim, 40 mil. O começo das obras das hidrelétricas inundou a região com empregos e dinheiro. A economia de Rondônia vem crescendo a mais de 20% ao ano (o dobro da China), e os preços dispararam.

Os trabalhadores de Jirau rebelaram-se na semana passada e tocaram fogo nas casas e ônibus do canteiro de obras para pedir, entre outras coisas, aumento de salários diante da inflação corrosiva, planos de saúde melhores e mais respeito dos seguranças, acusados de abusos e truculência.

Em Três Gargantas, na China, não teve nada disso, pois é no país nominalmente comunista que mais se oprime o proletariado. No nosso capitalismo "nouveaux", democrático, includente, os operários não querem só comida, mas felicidade.

Por aqui, as duas grandes centrais sindicais do país, ambas governistas, Força Sindical e CUT, trocam acusações sobre a violência e tentam conquistar os trabalhadores. A CUT, que domina sindicato local, interveio para acalmar os trabalhadores nessa que é uma das maiores obras do PAC, o programa de obras de infraestrutura do governo.

Até um acordo com as construtoras, o clima seguirá tenso na região. Uma tensão reveladora: os choques do novo Brasil com o velho Brasil nem sempre serão pacíficos e harmoniosos. Ainda bem. Serão choques de realidade contra o neoufanismo nacional. Estamos precisando.

Via Jornal Floripa

Tsunami no Rio Madeira


Pela BR-364, a 137 quilômetros a sudoeste de Porto Velho, a principal obra no país do PAC – Programa de Aceleração do Desenvolvimento – debate-se numa espiral de violência, sob acusações de trabalho escravo e espancamentos de trabalhadores pelos “cachimbos” (seguranças, motoristas) a soldo da Enesa Engenharia S/A, responsável pela Usina Hidrelétrica do Jirau. A empresa construtora, Camargo Corrêa, insiste em dizer que não há qualquer reivindicação trabalhista e que foi uma briga entre duas pessoas que desencadeou os atos de vandalismo indiscriminado que à tardinha do último dia 15 resultaram na destruição dos alojamentos da margem direita do rio Madeira, de cem ônibus, quinze automóveis, refeitório, área de lazer, farmácia e caixas eletrônicos do canteiro de obras. Dois dias depois a tentativa de retomar a rotina com os operários das casas da margem esquerda resultou em novo incêndio provocado pelos homens escondidos nas matas em volta e na suspensão total dos trabalhos tanto no Jirau quanto em Santo Antônio, a outra Usina do complexo energético destinado a fornecer 6.450 megawatts (metade da capacidade de Itaipu) à região sudeste do Brasil.

Trabalhadores sem exigências de qualificação foram contratados por intermediários (“gatos”) pelo interior do norte e nordeste. Alguns vieram de Serra Pelada e de outros garimpos no Pará e vizinhanças. Haitianos em busca de sobrevivência chegados ao Brasil pela fronteira de Tabatinga e do Acre, acabaram “transferidos” para Rondônia. Quando recebem pagamento, o caminho de muitos é o povoado de Jacy-Paraná à procura de mulheres e de álcool. Quem chegar um pouco alto no acampamento apanha. Para o deputado estadual por Rondônia, Hermínio Coelho, “este pavio está aceso há muito tempo. Maus tratos, proibição de saída do canteiro, pagamento diferente do combinado, violência e falta de segurança já ocasionaram diversas mortes e são as causas que fizeram com que o Jirau se tornasse um inferno”.

O começo dessa história nos remete ao boom do ciclo da borracha amazônica, quando seringueiros brasileiros invadiram o território boliviano forçando um movimento de secessão da então Província do Acre. Na guerra subseqüente, as conseqüências foram, mais uma vez, desastrosas para a Bolívia, obrigada a ceder – pelo Tratado de Petrópolis de 1903 – 191 mil km2 de território do Acre ao Brasil que em compensação pagou-lhe 2,5 milhões de libras esterlinas (logo consumidas pelos governantes de então) e no rio Madeira cedeu duas áreas de 5.200 km2, ademais do compromisso de construir uma estrada de ferro sobre suas corredeiras. Sete anos depois fracassou o próprio sonho de sustentação econômica pela borracha, com a entrada no mercado do produto mais competitivo da Malásia, Ceilão e Ilha de Java. A Madeira-Mamoré Railway, construída de 1907 a 1912 pelo magnata norte-americano Percival Farquhar para ligar Porto Velho a Guajará-Mirim, ficou conhecida como a "Ferrovia do Diabo", devido à morte de 6 mil trabalhadores que caíram vitimados por naufrágios, ataques de índios, picadas, malária, febre amarela, tifo e beribéri. Acumulando prejuízos, a estrada de ferro terminou desativada. À época andou por lá o marechal Cândido Rondon para implantar os postes e os postos telegráficos (igualmente sucateados pelo tempo) que uniriam a Amazônia ao Brasil. A floresta abundante de então, descrita por Roquette Pinto em seu livro “Rondônia” de 1917, transformou-se na poeira trazida pelo desmatamento.

Jirau e Santo Antonio tiveram de ser bancadas pelo presidente Lula e por Dilma Roussef, então ministra da Casa Civil, que queriam licenças de liberação mais rápidas, motivando a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente. As compensações sociais, que agora estão na base da revolta, são alardeadas pelo Consórcio Energia Sustentável do Brasil como sendo “um conjunto de ações destinadas a contribuir decisivamente para o desenvolvimento local e regional visando o aumento da empregabilidade da população, estimulando atuais e novos negócios, potencializando o aumento de renda e a dinamização da economia”. O palavreado complicado continua no programa governamental Território Madeira-Mamoré a cargo de 13 Ministérios que em 2010 implantou na região salas de recursos multifuncionais, além de distribuir bolsas-família e promover o etnodesenvolvimento (sic) em terras indígenas.

O Estadão informa que 14 pessoas já foram detidas. A Enesa não discute: colocou os operários num ônibus e alojou-os, em condições precárias, no ginásio do Sesi e nas boites Nautilus, Caipirão e Forasteiro de Porto Velho, distribuindo passagens só de ida para quem quiser voltar às cidades de origem. Imagina retomar as obras com gente nova, mas se os problemas não forem solucionados, logo as revoltas retornarão. Ninguém sabe se e quando haverá outro tsunami como o que arrasou Miyagi no Japão, mas o tsunami de Jirau no rio Madeira tem causas conhecidas e sua repetição, felizmente, pode ser prevenida.

Vitor Gomes Pinto
Escritor. Analista internacional
 

Roberto Sobrinho comemora decisão da justiça que manteve passagem a R$ 2,60



Por ordem do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), sua assessoria divulgou nota no final da tarde desta segunda-feira anunciando que a passagem de ônibus na capital ficará com o preço que o prefeito sempre defendeu: R$ 2,60.

A decisão judicial de manter o reajuste da passagem foi comemorada pelo prefeito.

Segundo a nota, "o mandado de segurança que questionava o procedimento interno do Conselho Municipal de Trânsito – Contrans foi considerado sem fundamento. O Poder Judiciário emitiu sentença determinando “a extinção do processo sem apreciação do mérito”. Na pratica, a justiça entendeu que o processo deixou de existir na data da edição do decreto nº 11.985 / 20011 que revogou o decreto 11.934/2010".

"O objetivo do mandado de segurança era impedir o reajuste da tarifa, para R$ 2,60, aprovado pela maioria dos conselheiros municipais. Com a extinção do processo, o valor da tarifa de ônibus, permanece em R$ 2,60", diz um trecho da nota da Prefeitura.
 

USINAS - Informações desencontradas apontam princípio de conflito em Santo Antonio



As negociações entre operários do Consórcio Construtor, Sindicato e dirigentes da Santo Energia estão gerando momentos de tensão no canteiro de obras na margem direita. De acordo com fontes de dentro do canteiro, houve um princípio de tumulto que acabou gerando um conflito.

A assessoria do STICCERO (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia), informou ainda há pouco que uma comissão do próprio sindicato está no local para conter os ânimos daqueles que não estão satisfeitos com as propostas apresentadas no início da manhã da última quarta-feira (23).

Mais informações em instantes.
 

Obras da UHE Santo Antônio serão retomadas nesta quinta-feira, 24



As obras no canteiro da hidrelétrica de Santo Antônio (RO, 3.150 MW) serão retomadas nesta quinta-feira, 24 de março. A decisão foi tomada em assembleia dos trabalhadores realizada nessa quarta-feira, 23, segundo informações do Consórcio Construtor Santo Antônio. Também ficou decidido que o o consórcio iniciará as negociações salariais de 2011, enquanto o sindicato apresentará sua pauta de reivindicações. As obras da usina estão paralisadas desde a última sexta-feira, 18, por conta das destruiuções de parte das instalações da UHE Jirau (RO, 3.450 MW).
 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Expedito se anima a disputar Prefeitura de Porto Velho; Davi Chiquilito deixará a Assembléia para dar lugar a Marcos Donadon



A decisão do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa apenas a partir das eleições municipais de 2012, despertou o interesse do ex-senador Expedito Júnior (PSDB) em disputar a Prefeitura de Porto Velho no próximo ano.

Expedito, que foi candidato ao Governo de Rondônia, obtendo mais de 100 mil votos, concorreu com o pedido de registro de candidatura impugnado porque havia sido cassado sob a acusação de compra de votos.

Outra conseqüência da decisão do STF sobre a Ficha Limpa será a saída do deputado Davi Chiquilito (PC do B) da Assembléia Legislativa para dar lugar ao ex-deputado Marcos Donadon (PMDB), que também concorreu com o registro indeferido, teve votos para se eleger mas não foi empossado porque havia sido condenado por colegiado (mais de um juiz) devido a desvios de recursos da Assembléia Legislativa de Rondônia.

Da mesma forma, a decisão do STF beneficia o deputado federal Marcos Donadon (PMDB), que , apesar de estar cassado pelo Supremo Tribunal Federal, continua na Câmara e de lá não deve sair tão cedo. 
 

São Lucas abre processo seletivo de professor para o curso de Fonoaudiologia



A Faculdade São Lucas está com inscrições abertas ao processo seletivo de Professor para o curso de Fonoaudiologia. A seleção será constituída de três etapas, de caráter eliminatório e/ou classificatório, sendo a 1ª Etapa constituída de análise do currículo Lattes (caráter classificatório), a 2ª Etapa de prova teórica de conhecimentos pedagógicos (caráter eliminatório), a 3ª Etapa terá aula expositiva oral do tema diagnóstico diferencial em fonoaudiologia, diagnóstico fonoaudiológico sindrômico, diagnóstico fonoaudiológico de manifestação (caráter classificatório).

O processo seletivo exige titulação mínima de Mestre em Fonoaudiologia, Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana ou mestre em área afim. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 deste mês, através do e-mail fonoaudiologia@saolucas.edu.br, incluindo nome completo, telefone, endereço, link do currículo Lattes atualizado (poderão ser solicitados documentos comprobatórios que componham o Lattes). A 1ª Etapa (Análise do currículo Lattes) será realizada de 31 deste mês a 2 de abril; a 2ª Etapa (Prova teórica de conhecimentos pedagógicos), no dia: 4 de abril, das 9h às 11h nas dependências da Faculdade São Lucas. Já a 3ª Etapa está prevista para o dia 6 de abril.

O curso de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas já formou nove turmas, com o total de 113 alunos. O curso teve aprovada sua nova matriz curricular e vem buscando a contextualização da Fonoaudiologia à região na qual está inserida: a Amazônia, a região Norte e ao estado de Rondônia. A Instituição possui um núcleo de apoio e capacitação constante do docente para que apresente competências diversas a de sua área de formação específica.

Outras informações podem ser obtidas junto à Coordenação de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas, das 14h às 22h (3211-8035).


Autor: São Lucas

Via Rondonoticias

MEIO AMBIENTE – Fumaça de depósito clandestino de pneus mobiliza departamento de fiscalização da Infraero

 
Uma fumaça de cor preta, localizada no bairro Nacional, zona Centro Norte de Porto Velho (RO), era avistada a mais de sete quilômetros por populares que temiam a uma nova queda de avião, mas na realidade eram centenas de pneus velhos que foram queimados em uma área verde próximo do Parque Circuito e da pista de decolagem e aterrissagem do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira.

Uma equipe do Departamento de Fiscalização de Pátio e Pista da Infraero se mobilizou até o local e acionou o Corpo de Bombeiros do Estado de Rondônia (RO) para que este debelasse as chamas. De acordo com o Superintendente do Departamento de Fiscalização de Pátio e Pista da Infraero, Reginaldo, a localidade já havia sido estudada pelo próprio departamento, que solicitou dos órgãos ambientais do município mais fiscalização.

Conforme o Superintendente de Pátio e Pista da Infraero, a fumaça não interferiu nos trabalhos diários do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira. Segundo um morador, que não quis se identificar,, a prefeitura de Porto Velho (RO) tinha conhecimento do depósito clandestino de pneus, tanto é que, por ordem da administração municipal, aconteceram mudanças de áreas para que os pneus fossem jogados. “Há mais de 10 anos que isto já foi denunciado para a própria prefeitura. Se ninguém faz nada, a coisa só irá piorar”, disse o morador. Ainda não se sabe quem foi o causador da grande queima de pneus.
 
 

Usinas hidrelétricas levam criminalidade a Rondônia; números estatísticos assustam


A região das obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, registra uma explosão de criminalidade e de casos de exploração sexual de crianças e adolescentes. O aumento dos problemas supera o ritmo do crescimento populacional.

A obra de Jirau foi palco de revolta de trabalhadores na semana passada -- o canteiro foi depredado.

As usinas começaram a ser construídas no segundo semestre de 2008. A população de Porto Velho, onde estão as duas obras, cresceu 12,5% entre aquele ano e 2010. A expansão populacional de Rondônia foi de 2,7%.

Já o número de homicídios dolosos na capital aumentou 44% no mesmo período. Para o promotor Aluildo de Oliveira Leite, que acompanha o impacto das obras, o efeito social das obras foi "subdimensionado".

A ampliação do hospital de base da cidade, que era prevista, não foi concluída.

Em janeiro, os Ministérios Públicos Estadual e Federal cobraram do governo do Estado e da prefeitura "ações sociais efetivas" para o distrito de Jaci-Paraná.

O objetivo, segundo o documento, é "reduzir a alarmante prostituição e tráfico de drogas" no local.

Segundo Raiclin Silva, do Juizado da Infância, as áreas próximas aos canteiros tinham participação mínima nos resgates de menores e agora são metade do total.

O número de estupros em Rondônia cresceu 76,5% de 2008 a 2010. A quantidade de crianças e adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual subiu 18% no período.

Mais de 37 mil funcionários, na maioria homens vindos de outros Estados, trabalham nas duas obras. "É como se houvesse um garimpo", diz Silva.

OUTRO LADO

Segundo o consórcio Energia Sustentável do Brasil, o programa de compensação da obra de Jirau prevê repasse de R$ 156 milhões ao governo estadual e prefeitura.

O consórcio Santo Antônio Energia disse que repassou recursos para a segurança pública estadual.
Já o governo estadual e a prefeitura não se pronunciaram.